terça-feira, 11 de março de 2008

Lucidez pós-parto.

Mesmo antes de flor-bebê nascer, as noites em claro foram muitas. Agora elas também são, claro, mas por causa das aventuras da vida com um recém-nascido. Antes, os motivos eram outros.

Eu me preocupava com o quarto das duas que seria o mesmo. Mas como assim? Flor vai acordar, vai ser o caos completo. Nenhuma solução era suficiente para “resolver” esse problema. O bercinho pequenininho desmontavel não fica bem no nosso quarto. Vamos tropeçar em tudo a noite, bêbados de sono, e será um caos absoluto.

Onde vamos dar banho? As banheiras daqui são menores, diferentes da que usamos para flor no Brasil, que tinha um suporte alto, era grande e enchíamos com muita água. Não conseguíamos achar o tal suporte, provavelmente por causa de liability, do medo do bebe cair da banheira e culparem o fabricante. Eu me desesperava pensando em como faríamos, usando apenas aqueles "paninhos", tão comuns por aqui. E banho na pia? Banho com água só depois que o umbigo cair? Meu instinto de mãe dos trópicos nunca aceitaria isso, apesar de flor-bebê estar nascendo em pleno inverno dos Grandes Lagos. Flor também nasceu em fevereiro, mas ao som de Carnaval e debaixo de um calor infernal. Era água, muita água todo dia, inclusive antes do umbigo cair. Paninho? Sem água? E o frio? Vai congelar. Como vai ser com flor-bebê? Será um caos.

E o parto? Vai ser literalmente um parto... E se eu entrar em trabalho de parto quando minha irmã e avó não estiverem aqui? Com quem flor vai ficar? Como ela vai ficar? Será um caos.

Vou chegar no hospital e será que meu medico estará lá? Como aqui não e comum entrar em contato com o próprio medico quando se entra em trabalho de parto, a princípio o parto seria feito por quem estivesse lá de plantão. Será um caos.

E será que vou ser capaz de amar um outro ser tanto quanto amo minha flor? Como vai ser isso? Como ela vai ficar? Como nós vamos ficar?

O parto foi muito tranquilo, feito pelo meu médico ao som de Milton cantando "Beatriz" de Chico e Edu Lobo. Flor-bebê nasceu extremamente saudável e enorme, maior até que flor, que nasceu um bebezao. A assistência no hospital foi perfeita, desde o cuidado do meu médico até ao das enfermeiras.

Minha avó e irmã estavam aqui quando flor-bebê nasceu e mesmo que não estivessem, tivemos tanta oferta de ajuda de tantos amigos que não teria sido problema. Assim que cheguei do hospital tive a idéia de eventualmente mudar nosso quarto para o segundo andar de casa, deixando assim um quarto para cada flor. Nunca tinha pensando nisso antes. O bercinho pequeno desmontável encaixa super bem no nosso quarto e ninguém tropeçou em nada.

Fer comprou uma banheira maravilhosa, claro, diferente da que tínhamos usado com flor. Ela tem adorado os banhos - nem chora, coisa que flor fazia demais. Damos banho com muita agua, no quarto e o aquecemos com aquecedor elétrico antes do banho.

O mais importante: flor-bebê esta ótima, ganhando peso, mamando, chorando e dando trabalho aos pais. Ou seja, fazendo tudo o que era esperado dela. Sim, amo um serzinho tanto quanto amo minha primeira flor. O coração da gente cresce. Flor está absolutamente apaixonada pela irmã, muito carinhosa e orgulhosa. Nunca pensei que seria tão tranquilo e feliz para ela.

E a mãe, assim que deu a luz novamente ficou mais lúcida, deixando de se preocupar com coisas pequenas e percebendo a maravilha que ganhou da vida. Cada uma das pequenas coisas que me tiravam o sono tinha uma solução simples e obvia que encontrei apenas quando minha flor-bebê nasceu. Só pode ser lucidez pós-parto. Algo peculiar por que passam as mães ao nascerem seus filhos. Com exceção do nascimento do primeiro, que algum sinal de lucidez demora a aparecer quando nasce o primeiro.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Beatriz.

Flor-bebê nasceu na última quarta-feira, 20 de Fevereiro, às 9:56am, pesando 3,460kg e medindo 50.5 cm. Nasceu ao som da música que tem seu nome.

Beatriz

Composição: Edu Lobo/Chico Buarque

Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz

Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que ela é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva pra sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Super-quarta.

Hoje é aniversário de flor! Cinco anos maravilhosos!

Super-terça.

Muito cuidado ao ler as manchetes dos maiores jornais brasileiros sobre a corrida eleitoral Americana. Semana passada Folha e O Globo anunciavam que Edwards havia deixado a corrida presidencial quando ele ainda não havia anunciado sua saída oficialmente. É claro que sua equipe já deveria ter informado as maiores agencias de notícia que sua decisão seria anunciada em breve. Mas a notícia naquele momento não era: “Edwards desiste da corrida presidencial”, mas sim "Edwards anunciará em breve sua desistência”. Eu me perguntava: onde? quando? como? o que ele disse? Ele ainda não tinha feito o anúncio, cara-pálida. Essa não era a notícia correta naquele momento.

Hoje acordo e leio manchetes em vários jornais brasileiros na web anunciando que Hillary havia vencido a super-terça democrata. Mais uma vez muito cuidado porque não é bem assim. Em número de votos ela venceu mesmo, mas nem por isso é ainda a favorita como já foi. e esse maior número de votos não significa ter de fato vencido a super-terça da maneira como as manchetes estão anunciando.

Não é bem assim, como podemos ver aqui.

Não houve vencedor claro no partido democrata. Hillary levou sim a Califórnia e isso foi muito importante para ela (venceu mesmo com Oprah, Maria Shriver e Caroline Kennedy subindo no palco a favor de Obama - me pergunto se caso Obama tivesse mais uma semana, teria virado o jogo por lá), Nova York (obviamente), Nova Jersey e Massachusetts (mesmo com o apoio dos Kennedy a Obama). São estados com maior população e maior numero de delegados (aqueles que votam para a nomeação do candidato). Obama venceu em Connecticut, Georgia, Minnesota e Illinois (obviamente).

Isso significa que Hillary levou 584 delegados enquanto que Obama levou 569. Ela soma 845 e ele 765. Precisam de 2,025 para vencer. Como podemos ver, pelos estados que ganhou, Hillary de fato tem hoje um maior número de delegados e hoje ela venceria.

Obama venceu entre homens em quase todos os estados e cresceu enormemente entre homens brancos; Obama estabeleceu base sólida entre os negros e dispara entre os mais jovens. Mulheres votaram desproporcionalmente em Hillary; ela tem base sólida entre os mais velhos e venceu entre Latinos (seja lá o que chamem de Latinos…). Parece interessante o que significaria para os imigrantes se esse voto latino acabasse sendo um dos grandes diferenciais que levariam Hillary à candidatura. Será que isso se traduziria em mais força politica aos latinos/imigrantes caso Hillary ganhasse?

Acontece que as primárias ainda não ocorreram em vários estados, exatamente aqueles onde a vantagem parece ser de Obama. No próximo sábado haverá votação em Washington, Louisiana e Nebraska e dia 12 em Maryland e Virgínia. Ou seja, as chances de Obama são concretas, como bem colocado pelo Idelber no Biscoito.

A lição? Não há mais favorito absoluto entre os democratas. Hillary levou no número de votos na super-terça, mas não venceu. Ainda há muita água para passar debaixo dessa ponte, não há mais favorito e os próximos dias serão decisivos. Aliás, mais decisivos e importantes ainda para mim, que aguardo ansiosamente a chegada de flor-bebê!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Onde mesmo?

Assim como Maharani, meu negócio é Paris. Fazer o que? Para a TQG é Londres. Qual é a sua cidade na Europa?



You Belong in Paris



You enjoy all that life has to offer, and you can appreciate the fine tastes and sites of Paris.

You're the perfect person to wander the streets of Paris aimlessly, enjoying architecture and a crepe.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Coisas I.

Nossa flor faz 5 anos em Fevereiro e tinha ouvido dizer que nessa fase elas começam a fazer showzinhos de tudo: ballet, música, ginástica olímpica e tudo o mais que chame atenção e exija alguém minimamente interessado para compor a platéia. Não deu outra. Perto de completar 5 anos, vieram os shows. Como Natal e Reveillon esse ano foram em casa em NY rodeados de muitos amigos, deu para assistirmos a muitos shows. Pois na noite do Reveillon ela pede a atenção dos convidados para seu mais novo show de música e ballet. Antes do show começar entra a mocinha no palco imaginário e solta:

Ladies and gentlemen, o show vai começar. No cameras and cell phones off please.

!!!

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Hoje saiu no NYT um artigo muito bacana apontando o que há de mais irritante na cultura americana hoje e comparando com o Brasil. Claro, a visão do Brasil é romanceada mas ainda assim gostei muito. Concordo com quase toda a lista do artigo mas, para mim, as coisas mais irritantes entre as citadas são: As tribos que ele chama de “control-freak-martyr syndrome” ou aqueles que fazem tanto que nunca têm tempo para eles mesmos ou para atividades de puro prazer. São seres muito comuns por aqui, ainda mais na academia. Outra coisa irritante são as regrinhas nem sempre consistentes dos aeroportos. Tira sapato, casaco, laptop e mostra cartão de embarque geralmente com a pessoa logo atrás de você já irritada e demonstrando que você está demorando muito. Eu sempre mando o cartão de embarque pelo raio-x e sou advertida pelos policiais. Depois põe tudo de novo em tempo recorde, inclusive vestindo o sapato em pé. Argh! Por fim, a tribo dos “orgânico porque é orgânico e está na moda” me mata de raiva. Eu mesma acredito na importância dos alimentos orgânicos e na diferença entre eles e os “comuns”. Mas tudo tem limite e muitas vezes membros dessa tribo perdem o controle e vão longe demais como consumindo roupa orgânica dez vezes mais cara, banana e macarrão orgânicos. Menos, menos. Uma tribo não citada no artigo e que me irrita profundamente é a daqueles que falam a lingua Starbucks. E por aí vai…

Só peço que eu consiga de fato usar essas lições para 2008 e nao me deixe irritar ou, pior, contagiar, nem pelas tribos nem pelas irritações!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz Natal!

Feliz Natal!
Merry Christmas!
Feliz Navidad!