Muito cuidado ao ler as manchetes dos maiores jornais brasileiros sobre a corrida eleitoral Americana. Semana passada Folha e O Globo anunciavam que Edwards havia deixado a corrida presidencial quando ele ainda não havia anunciado sua saída oficialmente. É claro que sua equipe já deveria ter informado as maiores agencias de notícia que sua decisão seria anunciada em breve. Mas a notícia naquele momento não era: “Edwards desiste da corrida presidencial”, mas sim "Edwards anunciará em breve sua desistência”. Eu me perguntava: onde? quando? como? o que ele disse? Ele ainda não tinha feito o anúncio, cara-pálida. Essa não era a notícia correta naquele momento.
Hoje acordo e leio manchetes em vários jornais brasileiros na web anunciando que Hillary havia vencido a super-terça democrata. Mais uma vez muito cuidado porque não é bem assim. Em número de votos ela venceu mesmo, mas nem por isso é ainda a favorita como já foi. e esse maior número de votos não significa ter de fato vencido a super-terça da maneira como as manchetes estão anunciando.
Não é bem assim, como podemos ver aqui.
Não houve vencedor claro no partido democrata. Hillary levou sim a Califórnia e isso foi muito importante para ela (venceu mesmo com Oprah, Maria Shriver e Caroline Kennedy subindo no palco a favor de Obama - me pergunto se caso Obama tivesse mais uma semana, teria virado o jogo por lá), Nova York (obviamente), Nova Jersey e Massachusetts (mesmo com o apoio dos Kennedy a Obama). São estados com maior população e maior numero de delegados (aqueles que votam para a nomeação do candidato). Obama venceu em Connecticut, Georgia, Minnesota e Illinois (obviamente).
Isso significa que Hillary levou 584 delegados enquanto que Obama levou 569. Ela soma 845 e ele 765. Precisam de 2,025 para vencer. Como podemos ver, pelos estados que ganhou, Hillary de fato tem hoje um maior número de delegados e hoje ela venceria.
Obama venceu entre homens em quase todos os estados e cresceu enormemente entre homens brancos; Obama estabeleceu base sólida entre os negros e dispara entre os mais jovens. Mulheres votaram desproporcionalmente em Hillary; ela tem base sólida entre os mais velhos e venceu entre Latinos (seja lá o que chamem de Latinos…). Parece interessante o que significaria para os imigrantes se esse voto latino acabasse sendo um dos grandes diferenciais que levariam Hillary à candidatura. Será que isso se traduziria em mais força politica aos latinos/imigrantes caso Hillary ganhasse?
Acontece que as primárias ainda não ocorreram em vários estados, exatamente aqueles onde a vantagem parece ser de Obama. No próximo sábado haverá votação em Washington, Louisiana e Nebraska e dia 12 em Maryland e Virgínia. Ou seja, as chances de Obama são concretas, como bem colocado pelo Idelber no Biscoito.
A lição? Não há mais favorito absoluto entre os democratas. Hillary levou no número de votos na super-terça, mas não venceu. Ainda há muita água para passar debaixo dessa ponte, não há mais favorito e os próximos dias serão decisivos. Aliás, mais decisivos e importantes ainda para mim, que aguardo ansiosamente a chegada de flor-bebê!
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Onde mesmo?
Assim como Maharani, meu negócio é Paris. Fazer o que? Para a TQG é Londres. Qual é a sua cidade na Europa?
You Belong in Paris |
You enjoy all that life has to offer, and you can appreciate the fine tastes and sites of Paris. You're the perfect person to wander the streets of Paris aimlessly, enjoying architecture and a crepe. |
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Coisas I.
Nossa flor faz 5 anos em Fevereiro e tinha ouvido dizer que nessa fase elas começam a fazer showzinhos de tudo: ballet, música, ginástica olímpica e tudo o mais que chame atenção e exija alguém minimamente interessado para compor a platéia. Não deu outra. Perto de completar 5 anos, vieram os shows. Como Natal e Reveillon esse ano foram em casa em NY rodeados de muitos amigos, deu para assistirmos a muitos shows. Pois na noite do Reveillon ela pede a atenção dos convidados para seu mais novo show de música e ballet. Antes do show começar entra a mocinha no palco imaginário e solta:
Ladies and gentlemen, o show vai começar. No cameras and cell phones off please.
!!!
------
Hoje saiu no NYT um artigo muito bacana apontando o que há de mais irritante na cultura americana hoje e comparando com o Brasil. Claro, a visão do Brasil é romanceada mas ainda assim gostei muito. Concordo com quase toda a lista do artigo mas, para mim, as coisas mais irritantes entre as citadas são: As tribos que ele chama de “control-freak-martyr syndrome” ou aqueles que fazem tanto que nunca têm tempo para eles mesmos ou para atividades de puro prazer. São seres muito comuns por aqui, ainda mais na academia. Outra coisa irritante são as regrinhas nem sempre consistentes dos aeroportos. Tira sapato, casaco, laptop e mostra cartão de embarque geralmente com a pessoa logo atrás de você já irritada e demonstrando que você está demorando muito. Eu sempre mando o cartão de embarque pelo raio-x e sou advertida pelos policiais. Depois põe tudo de novo em tempo recorde, inclusive vestindo o sapato em pé. Argh! Por fim, a tribo dos “orgânico porque é orgânico e está na moda” me mata de raiva. Eu mesma acredito na importância dos alimentos orgânicos e na diferença entre eles e os “comuns”. Mas tudo tem limite e muitas vezes membros dessa tribo perdem o controle e vão longe demais como consumindo roupa orgânica dez vezes mais cara, banana e macarrão orgânicos. Menos, menos. Uma tribo não citada no artigo e que me irrita profundamente é a daqueles que falam a lingua Starbucks. E por aí vai…
Só peço que eu consiga de fato usar essas lições para 2008 e nao me deixe irritar ou, pior, contagiar, nem pelas tribos nem pelas irritações!
Ladies and gentlemen, o show vai começar. No cameras and cell phones off please.
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Hoje saiu no NYT um artigo muito bacana apontando o que há de mais irritante na cultura americana hoje e comparando com o Brasil. Claro, a visão do Brasil é romanceada mas ainda assim gostei muito. Concordo com quase toda a lista do artigo mas, para mim, as coisas mais irritantes entre as citadas são: As tribos que ele chama de “control-freak-martyr syndrome” ou aqueles que fazem tanto que nunca têm tempo para eles mesmos ou para atividades de puro prazer. São seres muito comuns por aqui, ainda mais na academia. Outra coisa irritante são as regrinhas nem sempre consistentes dos aeroportos. Tira sapato, casaco, laptop e mostra cartão de embarque geralmente com a pessoa logo atrás de você já irritada e demonstrando que você está demorando muito. Eu sempre mando o cartão de embarque pelo raio-x e sou advertida pelos policiais. Depois põe tudo de novo em tempo recorde, inclusive vestindo o sapato em pé. Argh! Por fim, a tribo dos “orgânico porque é orgânico e está na moda” me mata de raiva. Eu mesma acredito na importância dos alimentos orgânicos e na diferença entre eles e os “comuns”. Mas tudo tem limite e muitas vezes membros dessa tribo perdem o controle e vão longe demais como consumindo roupa orgânica dez vezes mais cara, banana e macarrão orgânicos. Menos, menos. Uma tribo não citada no artigo e que me irrita profundamente é a daqueles que falam a lingua Starbucks. E por aí vai…
Só peço que eu consiga de fato usar essas lições para 2008 e nao me deixe irritar ou, pior, contagiar, nem pelas tribos nem pelas irritações!
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Falando sério.,
Flores.,
Só as mães são felizes.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
País Civilizado.
Isto é que é um país civilizado. O Uruguai é o primeiro país da América Latina a aprovar a união civil entre gays. O senado Uruguaio aprovou a legislação por unanimidade. Através dessa legislação são reconhecidos e garantidos alguns direitos importantes aos casais como herança e pensão.
Apenas uma ressalva, não se trata da legalização do casamento gay da maneira como entendemos casamento. Arrumam-se os papéis e casa-se amanhã de papel passado. O que foi aprovado foi o reconhecimento da união gay e a garantia de alguns direitos após 5 anos vivendo juntas/juntos. Não é exatamente a mesma coisa mas significa uma enorme vitória. Gostaria muito de ver o Brasil nesse caminho. Fiquei curiosa em relação a lista de países que aprovam a união gay e o casamento gay. Alguém saberia nos dizer?
Veja mais sobre isso:
New York Times
BBC
O Globo
CBS
Procurei alguma coisa sobre o assunto em três jornais Uruguaios -- La República, El País e El Observador -- e nada encontrei. Pode ser pura incompetência minha não ter encontrado ou pode dizer algo, não? Se alguém encontrar, repasse, por favor.
Apenas uma ressalva, não se trata da legalização do casamento gay da maneira como entendemos casamento. Arrumam-se os papéis e casa-se amanhã de papel passado. O que foi aprovado foi o reconhecimento da união gay e a garantia de alguns direitos após 5 anos vivendo juntas/juntos. Não é exatamente a mesma coisa mas significa uma enorme vitória. Gostaria muito de ver o Brasil nesse caminho. Fiquei curiosa em relação a lista de países que aprovam a união gay e o casamento gay. Alguém saberia nos dizer?
Veja mais sobre isso:
New York Times
BBC
O Globo
CBS
Procurei alguma coisa sobre o assunto em três jornais Uruguaios -- La República, El País e El Observador -- e nada encontrei. Pode ser pura incompetência minha não ter encontrado ou pode dizer algo, não? Se alguém encontrar, repasse, por favor.
domingo, 16 de dezembro de 2007
Mulheres na Presidência.
Muito tem sido dito sobre Hillary Clinton, uma mulher, ser a candidata democrata com maiores chances de ser a candidata democrata e acabar levando a presidência dos Estados Unidos ano que vem. Eu particularmente espero que Obama vença tanto a nomeação democrata quanto a presidência, mas o poder finacneiro e político dos Clinton não é fácil de ser vencido. Existem duas questões importantes nessa frenesi americana relativa à possibilidade de uma mulher na Casa Branca.
Primeiro: será que apenas por ser uma mulher as propostas de Hillary (ou de qualquer outra mulher) tratam da questão de gênero de uma maneira satisfatória? Uma mulher na presidência seria vitória suficiente caso suas propostas não fossem inovadoras sob esse ponto de vista? Parece que Obama está tentando seduzir o eleitorado feminino com essa pergunta. E eu ando acreditando nele, que não, não seria suficiente apesar de representar sim uma vitória apenas por ser uma mulher. E, no caso dele, um negro.
Segundo: vários paises do mundo tem ou já tiveram mulheres na presidência ou em posições de muito poder. Porque chamar Cristina Kirchner de a “Hillary da Argentina” como vi em vários jornais americanos, e não o contrário? Afinal, Kirchner é presidente e não apenas candidata à candidatura como Hillary. Porque não lembrarmos de Indira Gandhi, Benazir Bhutto e tantas outras? Este é um país muito paradoxal em relação à posição da mulher na sociedade. Algumas vezes progressista e muitas outras retrógrado demais.
Primeiro: será que apenas por ser uma mulher as propostas de Hillary (ou de qualquer outra mulher) tratam da questão de gênero de uma maneira satisfatória? Uma mulher na presidência seria vitória suficiente caso suas propostas não fossem inovadoras sob esse ponto de vista? Parece que Obama está tentando seduzir o eleitorado feminino com essa pergunta. E eu ando acreditando nele, que não, não seria suficiente apesar de representar sim uma vitória apenas por ser uma mulher. E, no caso dele, um negro.
Segundo: vários paises do mundo tem ou já tiveram mulheres na presidência ou em posições de muito poder. Porque chamar Cristina Kirchner de a “Hillary da Argentina” como vi em vários jornais americanos, e não o contrário? Afinal, Kirchner é presidente e não apenas candidata à candidatura como Hillary. Porque não lembrarmos de Indira Gandhi, Benazir Bhutto e tantas outras? Este é um país muito paradoxal em relação à posição da mulher na sociedade. Algumas vezes progressista e muitas outras retrógrado demais.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Tomando café com bebê-flor.
Todos os dias penso nas mil coisas que gostaria de estar escrevendo no blog, mas não tem sobrado tempo para nada. Entre Ann Arbor e NY, entre o trabalho na universidade e na ONU, a filha, a barriga que está enorme, o marido, os amigos e a família, não tem dado nem para respirar. Mais vão aí algumas anotações do cotidiano que andam povoando minha cabeça.
Porque o Starbucks insiste naquele negócio chato de grande, tall, venti e sei lá mais o que para os tamanhos dos copos? Eu sei o tamanho do que quero na linguagem Starbucks ou em italiano, inglês, português... mas insisto em pedir em língua corrente do pais onde estou. Fiquei pensando que o objetivo deve ser fazer a gente se sentir parte (ou não) de uma tribo, aqueles com copo de café, capuccino ou latte todos os dias. Essa prepotência está me dando nos nervos e só por isso estou pensando em mudar o lugar onde compro meu capuccino quase diário. Aquele que tem me mantido acordada de manha...
Outro dia peguei um táxi do aeroporto para a ONU e o motorista insistiu que bebê-flor é na verdade um menino (se não for flor do que vou chamá-lo? aceito sugestões). Obviamente tratava-se de um indiano, e quem já esteve na Índia como eu sabe que os indianos em geral adoram fazer previsões sobre o futuro, principalmente o seu futuro. Quando estive lá fiz meu mapa astral, onde estava "escrito" que meu marido seria preso no ano seguinte. Isso foi em 2000 e até hoje nada. Acho e sinceramente espero que o período de "carência" dessa previsão já tenha passado. Mas voltando ao assunto, o tal motorista insistiu muito e disse que meu marido ficaria muito feliz se fosse menino porque já temos uma menina. Disse a ele que meu marido se sente o pai mais amado do mundo e que meninas amam seus pais pra valer, ficam grudadas no pai, uma coisa bem Freudiana. Também disse que tinha feito dois ultra-sons em dois países diferentes e em ambos os médicos confirmaram ser uma menina. De nada adiantou. Ele me deu seu cartão e disse que eu entrasse em contato para agradecê-lo por ter me alertado que seria um menino. Resultado? No próximo ultra-som vou ter de perguntar se o sexo de bebê-flor mudou desde a última consulta...
Porque o Starbucks insiste naquele negócio chato de grande, tall, venti e sei lá mais o que para os tamanhos dos copos? Eu sei o tamanho do que quero na linguagem Starbucks ou em italiano, inglês, português... mas insisto em pedir em língua corrente do pais onde estou. Fiquei pensando que o objetivo deve ser fazer a gente se sentir parte (ou não) de uma tribo, aqueles com copo de café, capuccino ou latte todos os dias. Essa prepotência está me dando nos nervos e só por isso estou pensando em mudar o lugar onde compro meu capuccino quase diário. Aquele que tem me mantido acordada de manha...
Outro dia peguei um táxi do aeroporto para a ONU e o motorista insistiu que bebê-flor é na verdade um menino (se não for flor do que vou chamá-lo? aceito sugestões). Obviamente tratava-se de um indiano, e quem já esteve na Índia como eu sabe que os indianos em geral adoram fazer previsões sobre o futuro, principalmente o seu futuro. Quando estive lá fiz meu mapa astral, onde estava "escrito" que meu marido seria preso no ano seguinte. Isso foi em 2000 e até hoje nada. Acho e sinceramente espero que o período de "carência" dessa previsão já tenha passado. Mas voltando ao assunto, o tal motorista insistiu muito e disse que meu marido ficaria muito feliz se fosse menino porque já temos uma menina. Disse a ele que meu marido se sente o pai mais amado do mundo e que meninas amam seus pais pra valer, ficam grudadas no pai, uma coisa bem Freudiana. Também disse que tinha feito dois ultra-sons em dois países diferentes e em ambos os médicos confirmaram ser uma menina. De nada adiantou. Ele me deu seu cartão e disse que eu entrasse em contato para agradecê-lo por ter me alertado que seria um menino. Resultado? No próximo ultra-som vou ter de perguntar se o sexo de bebê-flor mudou desde a última consulta...
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