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terça-feira, 11 de março de 2008

Lucidez pós-parto.

Mesmo antes de flor-bebê nascer, as noites em claro foram muitas. Agora elas também são, claro, mas por causa das aventuras da vida com um recém-nascido. Antes, os motivos eram outros.

Eu me preocupava com o quarto das duas que seria o mesmo. Mas como assim? Flor vai acordar, vai ser o caos completo. Nenhuma solução era suficiente para “resolver” esse problema. O bercinho pequenininho desmontavel não fica bem no nosso quarto. Vamos tropeçar em tudo a noite, bêbados de sono, e será um caos absoluto.

Onde vamos dar banho? As banheiras daqui são menores, diferentes da que usamos para flor no Brasil, que tinha um suporte alto, era grande e enchíamos com muita água. Não conseguíamos achar o tal suporte, provavelmente por causa de liability, do medo do bebe cair da banheira e culparem o fabricante. Eu me desesperava pensando em como faríamos, usando apenas aqueles "paninhos", tão comuns por aqui. E banho na pia? Banho com água só depois que o umbigo cair? Meu instinto de mãe dos trópicos nunca aceitaria isso, apesar de flor-bebê estar nascendo em pleno inverno dos Grandes Lagos. Flor também nasceu em fevereiro, mas ao som de Carnaval e debaixo de um calor infernal. Era água, muita água todo dia, inclusive antes do umbigo cair. Paninho? Sem água? E o frio? Vai congelar. Como vai ser com flor-bebê? Será um caos.

E o parto? Vai ser literalmente um parto... E se eu entrar em trabalho de parto quando minha irmã e avó não estiverem aqui? Com quem flor vai ficar? Como ela vai ficar? Será um caos.

Vou chegar no hospital e será que meu medico estará lá? Como aqui não e comum entrar em contato com o próprio medico quando se entra em trabalho de parto, a princípio o parto seria feito por quem estivesse lá de plantão. Será um caos.

E será que vou ser capaz de amar um outro ser tanto quanto amo minha flor? Como vai ser isso? Como ela vai ficar? Como nós vamos ficar?

O parto foi muito tranquilo, feito pelo meu médico ao som de Milton cantando "Beatriz" de Chico e Edu Lobo. Flor-bebê nasceu extremamente saudável e enorme, maior até que flor, que nasceu um bebezao. A assistência no hospital foi perfeita, desde o cuidado do meu médico até ao das enfermeiras.

Minha avó e irmã estavam aqui quando flor-bebê nasceu e mesmo que não estivessem, tivemos tanta oferta de ajuda de tantos amigos que não teria sido problema. Assim que cheguei do hospital tive a idéia de eventualmente mudar nosso quarto para o segundo andar de casa, deixando assim um quarto para cada flor. Nunca tinha pensando nisso antes. O bercinho pequeno desmontável encaixa super bem no nosso quarto e ninguém tropeçou em nada.

Fer comprou uma banheira maravilhosa, claro, diferente da que tínhamos usado com flor. Ela tem adorado os banhos - nem chora, coisa que flor fazia demais. Damos banho com muita agua, no quarto e o aquecemos com aquecedor elétrico antes do banho.

O mais importante: flor-bebê esta ótima, ganhando peso, mamando, chorando e dando trabalho aos pais. Ou seja, fazendo tudo o que era esperado dela. Sim, amo um serzinho tanto quanto amo minha primeira flor. O coração da gente cresce. Flor está absolutamente apaixonada pela irmã, muito carinhosa e orgulhosa. Nunca pensei que seria tão tranquilo e feliz para ela.

E a mãe, assim que deu a luz novamente ficou mais lúcida, deixando de se preocupar com coisas pequenas e percebendo a maravilha que ganhou da vida. Cada uma das pequenas coisas que me tiravam o sono tinha uma solução simples e obvia que encontrei apenas quando minha flor-bebê nasceu. Só pode ser lucidez pós-parto. Algo peculiar por que passam as mães ao nascerem seus filhos. Com exceção do nascimento do primeiro, que algum sinal de lucidez demora a aparecer quando nasce o primeiro.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Beatriz.

Flor-bebê nasceu na última quarta-feira, 20 de Fevereiro, às 9:56am, pesando 3,460kg e medindo 50.5 cm. Nasceu ao som da música que tem seu nome.

Beatriz

Composição: Edu Lobo/Chico Buarque

Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz

Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que ela é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva pra sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Coisas I.

Nossa flor faz 5 anos em Fevereiro e tinha ouvido dizer que nessa fase elas começam a fazer showzinhos de tudo: ballet, música, ginástica olímpica e tudo o mais que chame atenção e exija alguém minimamente interessado para compor a platéia. Não deu outra. Perto de completar 5 anos, vieram os shows. Como Natal e Reveillon esse ano foram em casa em NY rodeados de muitos amigos, deu para assistirmos a muitos shows. Pois na noite do Reveillon ela pede a atenção dos convidados para seu mais novo show de música e ballet. Antes do show começar entra a mocinha no palco imaginário e solta:

Ladies and gentlemen, o show vai começar. No cameras and cell phones off please.

!!!

------

Hoje saiu no NYT um artigo muito bacana apontando o que há de mais irritante na cultura americana hoje e comparando com o Brasil. Claro, a visão do Brasil é romanceada mas ainda assim gostei muito. Concordo com quase toda a lista do artigo mas, para mim, as coisas mais irritantes entre as citadas são: As tribos que ele chama de “control-freak-martyr syndrome” ou aqueles que fazem tanto que nunca têm tempo para eles mesmos ou para atividades de puro prazer. São seres muito comuns por aqui, ainda mais na academia. Outra coisa irritante são as regrinhas nem sempre consistentes dos aeroportos. Tira sapato, casaco, laptop e mostra cartão de embarque geralmente com a pessoa logo atrás de você já irritada e demonstrando que você está demorando muito. Eu sempre mando o cartão de embarque pelo raio-x e sou advertida pelos policiais. Depois põe tudo de novo em tempo recorde, inclusive vestindo o sapato em pé. Argh! Por fim, a tribo dos “orgânico porque é orgânico e está na moda” me mata de raiva. Eu mesma acredito na importância dos alimentos orgânicos e na diferença entre eles e os “comuns”. Mas tudo tem limite e muitas vezes membros dessa tribo perdem o controle e vão longe demais como consumindo roupa orgânica dez vezes mais cara, banana e macarrão orgânicos. Menos, menos. Uma tribo não citada no artigo e que me irrita profundamente é a daqueles que falam a lingua Starbucks. E por aí vai…

Só peço que eu consiga de fato usar essas lições para 2008 e nao me deixe irritar ou, pior, contagiar, nem pelas tribos nem pelas irritações!

sábado, 10 de novembro de 2007

Cinderela.

Assistindo a um filme domingo a tarde com a flor, a pego chorando no final, quando Cinderela se casa com o príncipe. Os olhinhos mareadinhos assim bem de levinho. Quando perguntei se estava chorando, ela ficou brava e desconversou. Acho que criança de 4 anos também se emociona com filme, música e poesia. Não que Cinderela seja poesia, mas é água com açúcar como qualquer novela da Globo, e eu já chorei em muito final de novela...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Amor médio-muito.

- "Mamãe, amo o papai muito e amo você muito!"
- "Que bom, filha, fico feliz em ouvir isso!"
- "Mas eu amo o papai muito muito e você eu amo médio muito."

Engoli seco e deixei passar, claro. Deixaria de qualquer jeito, mas especialmente nessa nossa fase atual. Entendo perfeitamente ela verbalizar esse amor medio-muito e fico até feliz em vê-la expressando seus sentimentos de maneira saudável e clara. Afinal, estou meio ausente, apesar de estar fazendo das tripas coracao (séculos que nao uso essa expressao!) para estar presente.

Com esse trabalho na ONU tenho ficado entre Ann Arbor e NY e, por isso, ela tem sentido muito a minha falta. E eu a dela, morrendo de saudade, aflicao e dor. Mas sabia que ia ser assim e nao foi uma escolha facil. Antes de chorar pelas dificuldades penso que há ganhos. Fora o ganho profissional, nao é tao mal que ela seja tambem apegada ao pai e esse é um tempo para isso. Ainda mais levando em conta a chegada da flor-bebê em Fevereiro. E além disso falta praticamente só mais um mês de trançaçao porque o resto eu vou fazer em casa com meu marido e minha flor, esperando flor-bebê chegar para aumentar nosso jardim.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

"Gravidated".

- Mamãe, quando é que eu vou ficar “gravidated”?
- Ah filha, vai demorar… Primeiro você vai se tornar uma moça, depois uma mulher, depois vai encontrar uma pessoa bem bacana, vai se casar e resolver ter filhos…
- Mas mamãe, não precisa casar para ficar “gravidated”…

!!!

- E onde você ouviu isso?
- Ah mamãe, tem uma estagiaria lá da escola que esta “gravidated” e não é casada não…
- Mas como é que você sabe disso filha?
- Ah, eu ouvi as professoras conversando que ela ainda vai casar…

...

Ao que eu arrematei…
- É filha, a verdade é que precisar não precisa mesmo não, mas é bem melhor assim porque ai os dois pais estarão sempre bem pertinho dos filhos todo dia, cuidando juntinhos no dia a dia…

...

Reparem no meu cuidado em dizer os “pais” e não o papai e a mamãe porque eu já estava esperando o ser mais antenado do mundo me pegar de novo dizendo – mas mamãe, criança pode ter duas mães ou dois pais também porque a Cecília tem duas mães, o Josh e o Ben também...


Detalhe 1: Ela tem 4 anos e meio e anda com as antenas mais do que ligadas!
Detalhe 2: Claro que esse papo de “gravidated” se deve ao fato de ela estar aguardando a chegada do bebê e estar completamente antenada para o mundo das “gravidateds” e afins…

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Uma nova vida.

Foi em Novembro do ano passado, em uma consulta de rotina do pré-natal. Semana 11. A médica não consegue ouvir batimentos cardíacos, mas não nos preocupamos. A experiência da gravidez da flor tinha sido tão tranquila que não nos passou pela cabeça que poderia haver algum problema. Afinal, eu estava me sentindo muito bem. Chega o aparelho de ultra-som. Não há batimento cardíaco. Trata-se de uma gravidez interrompida, a médica nos diz. Sim, é muito comum. Sim, poderia engravida r de novo e ter outro filho. Sim, já temos uma filha super feliz e saudável. Sim, sim, sim. Mas fazer parte dessa estatística não diminui em nada a dor da perda e do desamparo. Isso sem falar na culpa, algo, por definição, inerente a toda mãe. O que eu fiz de errado em algum momento daquelas 11 semanas? Foi o congresso no México? Foi ter demorado a almoçar naquele dia? Foi ter dormido mal? Ansiedade? Não fiz absolutamente nada de errado. Apenas não dependia de mim, como tantas outras coisa na vida não dependem da gente. Mas o que eu não sabia é que tão difícil quanto a perda de um sopro de vida tão desejada, seria acreditar que outra vida tão desejada seria possível. Ela é possível e está aqui. Semana 10. Existe batimento cardíaco compatível com 10 semanas e o embrião está crescendo de forma normal. Está tudo normal. Apenas meu coração está apertado, torcendo para que dessa vez essa nova vida venha, saudável e feliz.

P.S.: Queridos 5 leitores, a ausência se deve ao coração apertado. Mas de tão apertado, não coube mais nada, transbordou, e estou de volta.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Bilbiotecas públicas e estrelas.

Se tem uma coisa que gosto em Ann Arbor é sua biblioteca pública. Além de todos os livros infantis possíveis, tem também todos os DVDs que a flor gosta. A coleção de livros para adultos é ainda melhor. Recentemente, me interessei pelo livro Cigarettes are Sublime, sugerido pelo Idelber do Biscoito. Tem! Um amigo recomendou um livro sobre Leo Africanus. Tem! E hoje procurei CDS das Les Nubians, sugestão da Regina do Always por um Triz. Tem dois! Já reservei e vou passar para buscar daqui a pouco.

O espaço físico da biblioteca é ótimo para crianças. Ela torna-se ainda mais essencial no auge do inverno, quando precisamos de muita criatividade para programas bons e baratos com a flor. Ela se diverte com as atividades infantis e a contação de estórias. Aproveita também o espaço em si, com casinha de bonecas, aquários, mesinha com aparelho de chá de brinquedo, e muito, mas muito papel colorido, canetinha e crayon. Uma biblioteca pública tão boa é um privilégio. Além de usufruirmos do acervo, do espaço físico e das atividades, a biblioteca nos ajuda a formar na flor o conceito do pegar emprestado e o hábito de frequentar a biblioteca para pesquisar e tirar dúvidas. A idéia não é comprar e sim pegar emprestado, usar e devolver para que alguém mais possa usufruir. Ela lê os livros e assiste aos filmes sabendo que tem de devolvê-los. Além disso, ela sabe que pode procurar respostas para algumas de suas dúvidas nos livros da biblioteca. E sao ttttaaannnnttttaaasss dúvidas e perguntas...

Outro dia mesmo, ela me perguntou, mamãe, você sabe como nascem as estrelas? A mamãe aqui bem que tenta. Como nascem as estrelas, minha flor? Lá no céu tem milhões de estrelas... desviando o ponto da questão. Insatisfeita com a resposta que nem era uma resposta, ela repete, mas como elas nascem? Hum... Por fim, ela mesma sugere, vamos a biblioteca procurar um livro que mostre como nascem as estrelas? Assim, desejo em saber mais pode se transformar em desejo de ler um livro (ou, nesse caso, ser lido para ela) e isso se traduz em pegar o livro emprestado e não necessariamente em comprá-lo.

Além de tudo isso, a biblioteca aceita sugestões para seu acervo e as leva muito a serio. Eu mesma já sugeri dois livros que não havia encontrado na acervo. Minhas sugestões foram recebidas, as mensagens respondidas e os livros comprados. Sinto que o imposto pago à cidade tem retorno, no mínimo, em forma de biblioteca pública!

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Peitos direitos.

Minutos antes de dormir, depois dos livros, deitadas na cama, lá pelas 9 e meia da noite.

- Mamãe, como é que faz para ter mamá?
- Filha, quando as meninas crescem, lá pelos 11, 12 anos, os seios começam a crescer.
- E os meninos?
- Não, filha, meninos não tem, ao menos não do jeito que as meninas têm, não tem seios não. Você vai ter seu mamazinho lá pelos 12 anos.
- Mamazinho não, mamãe, mamazão!

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Nao estou preparada.

Trabalhando com o laptop e tomando um capuccino na coffee shop escuto a conversa das mesas ao lado. E' - deveria estar concentrada no trabalho mas...

A adolescente diz ao colega:
- Odeio minha mae! Ela pega no meu pe' e nao acredita em mim.

Na outra mesa, a universitaria conversa com os pais sobre o aluguel (ou compra, nao deu para perceber bem...) de um apartamento para ela:
- Mas aquele era o que tinha o menor banheiro...
- Meus amigos que moram e estudam em NY pagam mil dolares a mais que eu pagaria nesse apartamento que eu gostei...
- A cozinha daquele e' pessima, acho que vou ter de ficar com o mais caro mesmo. Como esta' meu credito, pai?

Ufa, tive que sair de perto. Nao estou preparada para nada disso. Prefiro acordar no meio da noite para levar a flor ao banheiro...

terça-feira, 3 de abril de 2007

Que parque e' esse?

Estou trabalhando pra burro. Muito, mas muito mesmo. Tenho tambem viajado muito a trabalho, o que me deixa ainda mas cansada e me sentindo uma mae muito mais ou menos e uma esposa pra la' de ausente. Mas flor e marido foram na ultima viagem, a NYC. E nada como um final de semana no inicio da primavera em NYC para ver que esssa vida ainda vale a pena e que formamos, juntos, uma familinha bem bacaninha. Vamos la.

Sexta a noite:
Moma de graca e jantar - um macarrao com frutos do mar maravilhoso!
Sabado de manha: Moma de novo porque havia um tour (de graca, novamente) para criancas de 4 anos. Quantos anos tem a flor? 4! Nao podiamos deixar de ir. Um tour de 4 criancas apenas e seus pais, com o Moma ainda fechado. Flor deitando, se espalhando de frente para as pinturas e desenhando-as, conversando sobre a luz que o artista tentava passar atraves da pintura. Claro, e' um tour de 1 hora apenas e nao da' para ver muita coisa. Mas... com crianca de 4 anos e' o que da' para ser feito com elas ainda aproveitando. Mais que isso fica chato demais pra eles. Foi sensancional.

Depois... patinacao do gelo porque ela ama e tem ido com a escola e tem amado. O dia estava lindo e foi uma delicia patinar com ela. Descobri que ela e' a maior free-rider. Eu ralando pra patinar e ela de maos dadas comigo, sem mexer, so' aproveitando a mamae puxando. Afinal, ela so' tem 4 anos e o lugar estava cheio de adulto fazendo manobras amadoras. Nada mais sensato!

Almoco no Little Brazil porque a melhor comida brasileira e' a la' de casa mas feijoada eu nao sei fazer. Matamos a saudade.

Soneca no hotel. Sabado a noite: jantar no Village com Raul. Fomos ao restaurante onde a mae dele esta' expondo umas pinturas lindas, com imagens fortes e inspiradoras. Jantamos por la' uma pizza basica... mas com catupiry... Acho que se morasse em NY nem precisava ir ao Brasil matar a saudade de coisas e comidas... so' de pessoas.

Domingo: Museu de Historia Natural, onde vimos os dinossauros, estrelas, asteroides, etc, etc.

Depois, Central Park que a flor detestou porque nao conseguimos achar o playground com balanco e escorregador. Ela: "Mas que parque e' esse que nao tem escorregador? Isso nao e' um parque" E a gente: "Tem sim, filha, a gente so' nao sabe onde esta' porque o parque e' mmmuuiitttooo grande." E nao temos tempo para procurar porque o voo sai as 6pm e ainda temos de almocar... Almoco e de volta pra casa.

Em Junho tem mais NYC e ai' vamos preparados para encontrar os escorregadores e balancos do Central Park. Afinal, que parque e' esse???

terça-feira, 27 de março de 2007

Princesas...


Outro dia, vi no Mothern, livros que falam sobre homossexualidade para criancas de uma maneira natural, contando sobre reis homossexuais, maes lesbicas, etc... Como nossa flor tem amiguinhos que tem duas maes, so' uma mae e la' vai arranjo familiar, o tema "varios tipos de familia" ja' foi tambem abordado la' em casa.

Outro tipo de mensagem que acho interessante passar para os pequenos, principalmente para meninas, e' a dos papeis de genero flexiveis. Ao menos deveriam ser! Mas isso e' assunto longo, para outros carnavais. Quem tem filha pequena sabe do encantamento delas com as tais princesas... em sua maioria, uns seres que nao fazem quase nada a nao ser esperar pela salvacao do seu principe encantado. Nada contra o encantamento, mas a gente sabe que a vida nao e' bem assim... para ninguem! Os livros abaixo contam estorias de princesas que sao "gente que faz"... e ainda assim sao princesas. Porque nao?! Afinal, o que define uma princesa? Tem sido um sucesso la' em casa.


segunda-feira, 26 de março de 2007

Alegria de mae e de pai.

- Mamae, voce^ e' a minha mae favorita!
- Ainda bem, minha flor, antes isso...

(!)


Relato do pai:
- Pai, nao consigo dormir...
- Filha, ta' na hora, vamos, pode fechar o olho...
- Mas minha escova de dentes esta' me acordando, nao me deixa dormir...

Falar o que?

(?)

sábado, 24 de março de 2007

No woman no cry.

Desembaracar o cabelo da flor nao e' la' uma das tarefas mais agradaveis daqui de casa. Ja' tentei, sem muito sucesso, os recursos cabelo mais curto e sprays de desembaracar. Como tenho mas experiencia para assuntos de "beleza capilar" que o marido-pai, acabo vivendo um quase drama todas as manhas. Isso quando nao desisto e dou aquela ajeitada superficial para nao ter de desembaracar de verdade e me sentir uma torturadora de criancas. Nao eh que quando voltei de uma viagem de 2 dias, o marido-pai confirma ter sido esse um momento bastante desagradavel... ate' que comecou a cantar "No woman no cry..." e flor nao parava de rir! Ele conseguiu desembaracar tudo ao mesmo tempo em que ela gargalhava e cantava com ele. Nada como uns dias fora de casa para mudar a logica da vida em familia!!!

quinta-feira, 22 de março de 2007

Tudo ao mesmo tempo agora.

O que restou de mim? O que sobrou? O que e' meu e o que e' nosso? Meu? Seu? Da nossa familinha? O bacana e' poder ser eu e ser a gente. Ser mae e ser mulher. Ser profissional e ser mae. Ser mulher e ser dona de casa. Ser profissional e ser dona de casa. Ser eu. Tudo imperfeito. Tudo pela metade, ou as vezes menos da metade. E as vezes nao. As vezes funciona. As vezes nao. Tudo ao mesmo tempo agora. As vezes dois dias longe de casa, trabalhando, bastam para que eu queira voltar correndo. Que bom.

domingo, 4 de março de 2007

O retorno do leite de verdade, a revanche.

Estou lendo o livro “Real Food: What to Eat and Why” de Nina Planck, por indicação da Pat do Crianças na Cozinha. Há algum tempo tenho me interessado em alimentação, principalmente formas saudáveis de alimentar crianças. Aliás, recomendo a comunidade Crianças na Cozinha no Orkut a todos interessados no tema.

E não é que, lendo o tal livro, onde sao explicadas as diferencas na composicao dos tipos de leite, fiquei curiosa sobre as diferenças no sabor dos vários tipos de leite de vaca que podemos comprar: integral ou sem gordura, orgânico ou não e, aprendendo com o livro, leite pasteurizado e homegeneizado ou não, o leite cru. Nem me lembrava, ou nunca soube, que poderia existir um leite cru... Ainda não consegui leite cru de procedência segura mas chego lá.

Por enquanto o teste foi entre leite orgânico ou comum e integral ou sem gordura. A diferença é de fato enorme. O orgânico e integral, fresco, com validade de uma semana apenas é de fato mmuuiiitttoo melhor. E não é que ontem, usando este leite para fazer iogurte, eu me vi diante de algo que não via há anos: a nata formada quando o leite ferve. Leite sem gordura nao tem nata! Mas parece que alguns especialistas acreditam que o leite integral e orgânico é mesmo muito mais saudável, e de preferência o cru. Há controvérsias, claro, sempre. Mas de qualquer forma parece ser, ao menos para alguns, a revanche do leite de verdade, da gordura, da nata!

sábado, 3 de março de 2007

Disney.

Procurávamos uma viagem rápida durante o Spring Break, feriado de uma semana em que não damos aula. Pensamos em 5 dias, em um lugar quente, sem gastar muito, e queríamos uma piscina ou praia. A opção Orlando tornou-se imbatível: barato, a um vôo sem escala de 2 horas de distância de casa e quente. Eu pensei, se ficamos 5 dias, podemos visitar a Disney um dia. O marido anti-Disney não queria ir de jeito nenhum, mas acabou cedendo. Afinal, temos uma flor de 4 anos e achei que valeria a pena que ela brincasse no parque, embora não consiga entender a graça daquilo para maiores de 18 anos que podem pegar a mesma grana e visitar Nova Yorque ou São Francisco, por exemplo. O resultado?

Valeu. Mas não pelas razoes óbvias e sim pelo brincar, simplesmente pelo brincar.

Não jantamos com a Cinderela em sua Royal Table. Sim, você pode pagar mais uma fortuna além do ingresso e levar seu filho para jantar com a Cinderela, Mickey, Pateta, praticamente quem você quiser.

Não ficamos nos hotéis da Disney, nao completando assim nosso Magical Day. Sim, tem hotel para todos os gostos no complexo Disney: se gosta de praia, tem um com praia e areia fake imitando Polinésia. Se você se acha mais contemporâneo, pode ficar no hotel onde passa o monorail que dá acesso aos parques. A idéia vendida é que você pode ser e fazer o que quiser sem precisar sair do complexo Disney.

Não compramos a Disney e trouxemos para casa. Sim, você sai de brinquedos como o do ursinho Puff e é obrigado a passar pela loja com o mundo do ursinho... Isso para não falar do mundo do rato mais famoso do planeta! Dá para viver só com acessórios Mickey, do tapete a escova de dentes. São essas estratégias maldosas e perversas para os pequenos que discordamos. Não que pensei que seria diferente, mas o apelo ao consumo – de idéias, de sonhos, de coisas – é muito maior do que eu imaginava, ou me lembrava, porque visitei o parque aos 15 anos. Mudei muito ou mudou o parque? Sim, o complexo parece ter crescido muito, mas acredito na primeira opção.

Valeu pelos brinquedos mais simples e pelos shows. O carrossel, uma espécie de trem-fantasma, os brinquedos de rodar, os filmes 3D e os shows com os personagens...

Mas na verdade não existe nada educativo na Disney. Está tudo pronto, não há espaço para a criatividade, apesar de se pregar a importância da imaginação todo o tempo. Se sua filha quer ser uma princesa, ela vai jantar com a Cinderela, passa pela loja e compra tudo de Cinderela e ainda tem a chance de visitar o salão para crianças onde o cabelo, maquiagem (sim, maquiagem!!!) e unha podem ser arrumados... Aliás, a megalomania da versão princesa da Disney é absolutamente horrorosa. Não, não sou contra crianças se vestirem de princesa, bailarina ou super-herói. Mas porque não criar a versão deles? Porque não usar a criatividade de fato e deixar com que eles inventem suas fantasias de princesas e bailarinas e super-heróis? Pega uma sapatilha de uma cor daqui, um collant de outra cor dali, arranja uma coisa para por no cabelo e vá dançar! Na Disney você é induzido a comprar o kit completo: vê a princesa, pede autógrafo (filas enormes!) compra a roupa, janta com ela, vai ao salão e quando vê, levou o pacote completo.

De certa maneira, o que a Disney oferece alem do fascínio das princesas e dos personagens de desenho animado é a facilidade do pacote completo, do conhecido, da satisfação garantida e imediata. Ir a Franca e se arriscar a falar um francês enferrujado ou ate não existente dá muito trabalho. Ir ao EPCOT e ver o pavilhão dos países -10 países de uma vez! – parece ser muito mais fácil. Afinal, para que conhecer a Torre Eifel de verdade se pode-se estar na Franca de manhã, almoçar nos Estados Unidos, passear pelo México à tarde, passando pelo Japão e jantando no Canadá? Também é fácil não ter que pensar onde comer ou o que fazer no dia seguinte. Consome-se tudo: das emoções sem risco da montanha russa à parafernália com as orelhinhas do Mickey. Tudo fácil, disponível, descartável. Mas onde fica o real? Onde estão as experiências de verdade? Onde está o mundo?

Vista como um parque de diversões a Disney vale uma visita, mas o pacote completo não dá espaço para mais nada. No fim das contas, quando perguntamos à flor o que mais gostou da viagem, ela foi implacável: de brincar e da piscina. Da próxima vez, vamos para a praia na Flórida brincar em carrossel de parque de diversão “normal” e ficar sem fazer nada! De verdade!

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

O sapo e a bota.

Eu e flor saímos juntas para comprar um presente surpresa para o marido-pai. Escolhemos uma bota. Durante o jantar, a flor começa a falar sobre a surpresa. Pai, tem sapo no seu presente. Eu pensei, sapo? De onde ela tirou isso? Ela continua a falar do tal sapo e eu sem fazer a menor idéia do que ela estava falando. Mas já pensando que iria estragar a surpresa digo, filha, não conte para o seu pai sobre o presente porque é surpresa. Muito confiante ela diz, não mamãe, não vou contar que o presente é uma bota não porque eu sei que é surpresa, só estou falando do sapo desenhado na caixa!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Patinação no Gelo.

A flor foi patinar no gelo hoje com a turminha da escola, que leva as crianças uma vez por semana durante parte dos meses de Fevereiro e Março. A professora assegurou que faz essa excursão com crianças de 4 anos há mais de cinco anos. Eu estava preocupadíssima. O pai, confiante. A flor, animadíssima. Eu queria ir também, queria que o pai fosse, queria entrar no gelo no meio da meninada para ajudar, mas no fundo, queria que não acontecesse. A primeira vez teria sido semana passada, mas a excursão não aconteceu por causa de uma tempestade de neve. Que sorte, pensei aliviada, mas já pensando que da semana seguinte não passaria... Pois aconteceu hoje. Eu me segurei, confiando que daria tudo certo. E não é que recebo uma mensagem da professora dizendo que a flor adorou patinar no gelo, que não precisou de ajuda e que patinou naturalmente.... Lágrimas nos olhos por ela. Uma alegria enorme por ter superado meus medos, deixando-a ter suas próprias experiências. Diferentes das minhas. As dela. Não as minhas. E isso é só o começo.