sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Amor médio-muito.

- "Mamãe, amo o papai muito e amo você muito!"
- "Que bom, filha, fico feliz em ouvir isso!"
- "Mas eu amo o papai muito muito e você eu amo médio muito."

Engoli seco e deixei passar, claro. Deixaria de qualquer jeito, mas especialmente nessa nossa fase atual. Entendo perfeitamente ela verbalizar esse amor medio-muito e fico até feliz em vê-la expressando seus sentimentos de maneira saudável e clara. Afinal, estou meio ausente, apesar de estar fazendo das tripas coracao (séculos que nao uso essa expressao!) para estar presente.

Com esse trabalho na ONU tenho ficado entre Ann Arbor e NY e, por isso, ela tem sentido muito a minha falta. E eu a dela, morrendo de saudade, aflicao e dor. Mas sabia que ia ser assim e nao foi uma escolha facil. Antes de chorar pelas dificuldades penso que há ganhos. Fora o ganho profissional, nao é tao mal que ela seja tambem apegada ao pai e esse é um tempo para isso. Ainda mais levando em conta a chegada da flor-bebê em Fevereiro. E além disso falta praticamente só mais um mês de trançaçao porque o resto eu vou fazer em casa com meu marido e minha flor, esperando flor-bebê chegar para aumentar nosso jardim.

Metrô e afins.

Finalmente ontem lembrei de colocar meu Ipod na bolsa para minha viagem de metrô. Dado que da porta de casa até o trabalho gasto uma hora entre caminhada e metrô, chamo de viagem mesmo. Não é que o marido-maravilhoso colocou mil músicas novas no meu Ipod! Finalmente saí do trinômio Amy Winehouse, U2 e Madonna que já dura... tenho vergonha de dizer... um ano. Lenine, Paralamas, Marisa Monte, Jorge Mautner e mais uma infinidade de coisa boa.



Madonna eu só escuto pra fazer ginástica, mas ontem nao resisti e deixei rolar quando apareceu na listinha. Fiquei pensando no quanto a Madonna é foda. A mulher comecou como material girl nos anos 80, ficou famosíssima, tudo bem tudo bem, muitas vezes gracas as mil provocacoes, videos e filmes controversos e de qualidade duvidosa, e a vida meio maluca com direito a divórcio problema de Sean Penn e tudo o mais. Se me lembro bem até acusacoes de agressao e outras baixarias rolaram na época. Mas… continuou na mídia. Aí se reinventou e decidiu brincar de casinha, com direito a dois flhos que mal aparecem na mídia e marido inglês. Detalhe, more na Inglaterra e posa de lady e familia comportada. Aderiu à ioga, cabala e tudo o mais para se adequar ao estilo neo-mística-moderna. E apesar de nao vender tanto mais, continua um ícone e se reinventando. E seus fihos sem nenhuma episódio a la Britney. Essas mocinhas têm muito o que aprender.



E também no metrô eu morri de rir ao ver uma propaganda de branqueamento de pele. Claro, o negócio em si já é opressor e li varios posts interessantes sobre o lado serio do negocio. A tal propaganda era estilo antes e depois. A pessoa pós tratamento era completamente diferente da anterior. Nao estou falando de maquiagem ou cabelo que sempre aparecem mais arranjadinhos depois do tratamento, qualquer que seja sua natureza. Era um homem antes e depois uma mulher! Ha ha ha! Mais barato deve ser, pague pelo clareamento de pele e leve mudanca de sexo. Mas e o perigo? Cruz credo!